Categoria: Artigos
Data: 22/07/2022
Capelania, o pastoreio em meio às multidões
Eleny Vassão*

“Durante uma refeição na casa de Levi, muitos publicanos e "pecadores" estavam comendo com Jesus e seus discípulos, pois havia muitos que o seguiam. Quando os mestres da lei que eram fariseus o viram comendo com "pecadores" e publicanos, perguntaram aos discípulos de Jesus: "Por que ele come com publicanos e ‘pecadores’? " Ouvindo isso, Jesus lhes disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores". Marcos 2:15-17

Os mestres da lei deveriam estar certos! Quem poderia esperar que o Filho de Deus, o Emanuel, o Deus conosco, gastasse tempo com pessoas comuns, pecadores que não faziam parte do Seu rebanho de fervorosos religiosos nas sinagogas, para sentar-se à mesa e comer com eles?  
Mais ainda! 

Como poderia o Santo, o Filho de Deus, sujar suas mãos, inclinar-se em direção a pessoas comuns, sentar-se ao seu lado olhando em seus olhos e dando-lhes ouvidos? Como poderia Ele gastar de Seu precioso e limitado tempo na Terra com pessoas que nem mesmo conheciam a história de Israel? Ele demonstrava que valoriza a cada um, identificando suas necessidades, sofrendo suas dores e lhes demonstrando que Deus, o Seu Pai, em Sua compaixão, se inclinava em sua direção por se importar com  cada uma destas vidas?

Ele só fazia isso porque Ele é Deus, retrata a imagem de seu Pai, e veio ao encontro de pecadores como você e eu. 
Mas, ao dar a Sua vida na cruz em nosso lugar, perdoar-nos e fazer-nos Seus imitadores cheios de Sua compaixão por um mundo perdido que precisa conhecer o Salvador, fez de nós Seus imitadores. À medida que nosso relacionamento com Ele se aprofunda, mais e mais desenvolvemos uma semelhança com Ele.
Isso é ser cristão. Isso é desenvolver o ministério da compaixão. Isso é missão urbana. Isso é Capelania: ir ao encontro das pessoas, onde quer que estejam, observar a sua cultura, linguagem, dar ouvidos às suas dores e lhes apresentar o Evangelho que traz o perdão, a cura, a restauração e transformação de vida e oferece a esperança para viver e para morrer!

Creio que isso é Capelania: membros da família de Deus, comprados e lavados por Seu sangue que, ao crescer no relacionamento com o Seu Senhor através do conhecimento da Palavra e da conversa com Ele na oração, aos poucos ganham o Seu coração, desejando imitá-Lo em tudo. Salvos que se dispõem a se importar com o que Ele se importa e  trabalhar em parceria com Ele, saindo de seu lugar de conforto e indo ao encontro de tantos que caminham pela vida carregados por seus fardos de culpa, cansados e sobrecarregados e sem direção por não conhecerem o Salvador. 

Ao ganharmos esta visão, o mundo é o nosso campo missionário.  Onde o Senhor nos coloca, em nosso dia a dia, quer seja local de trabalho, transporte público, internado num hospital ou preso numa cadeia, a pessoa passa a ser vista com novos olhos.  Desafios para desenvolvermos novas estratégias, falando uma nova língua, um olhar diferente de amor e compaixão para com pessoas a serem alcançadas. 

É a maior necessidade, e o maior legado que podemos construir: pessoas que, através de nossas vidas refletindo o caráter de Cristo, tornaram-se apaixonados pelo Salvador, decidindo segui-Lo e servi-Lo, fazendo a Sua luz brilhar para que o mundo seja transformado.

Sim! Jesus comia com pecadores, e nós devemos fazê-lo também, com o propósito de lhes apresentar o Pão da Vida, que mata a fome da alma para sempre!

* Eleny Vassão, Capelã hospitalar pelo Supremo Concílio da IPB, em ministério nos hospitais há 39 anos, autora de 43 livros e Presidente do CPC-Conselho Presbiteriano de Capelania da IPB 2021-22. 


Autor: Apecom   |   Visualizações: 1229 pessoas
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